A importância de cabos submarinos para a telecomunicação brasileira

Cláudio Florindo, diretor técnico da Angola Cables, empresa que trabalha com essa tecnologia, conta que os cabos submarinos são essenciais para conectar o Brasil com o resto do mundo na velocidade da luz, com mais rapidez, estabilidade e segurança que os satélites.

Continue conosco e saiba mais sobre as considerações que o especialista da Angola Cables compartilhou conosco sobre o assunto!

Como é feita a instalação de cabos submarinos intercontinentais?
A instalação dos cabos submarinos intercontinentais é bastante interessante. Florindo explica que, inicialmente, é feito o survey, pelo qual acontece o escaneamento do solo marítimo. Essa etapa é a mais importante, porque, por meio dela, saberemos como e onde deve ser feita a instalação do cabo, evitando pontos perigosos e garantindo sua longevidade.

Em seguida, de acordo com o especialista, acontece a instalação, feita por embarcações criadas especialmente para a atividade.

“Nelas, há um instrumento, uma espécie de arado, que faz sulcos no fundo do oceano, depositando o cabo nessas valas criadas de uma costa a outra, a depender da origem e do destino do cabo. Eles saem do continente de origem já enterrados com cerca de mil metros de profundidade, podendo chegar a 8 mil metros durante a instalação até chegar à costa de destino”, explica Florindo.

O diretor da Angola Cables conta que essa é uma operação que envolve a participação de diversos profissionais especializados, como engenheiros, profissionais de TI e mergulhadores profissionais, para que o cabo seja fixado com segurança em solo marítimo.

Esse processo, por conta de sua complexidade, pode durar até seis meses para ser finalizado.

A importância dos cabos submarinos para a telecomunicação brasileira
Como comentamos, os cabos submarinos são importantes para conectar o Brasil ao resto do mundo. Essa tecnologia tem se mostrado mais eficiente que os satélites, que estão sujeitos a falhas por conta das intempéries da natureza.

Florindo conta que o nosso país também forma um hub que melhora a telecomunicação brasileira com outras partes do mundo. Em suas palavras:

“Hoje, o Brasil é também um ponto estratégico de ligação do Hemisfério Norte com a América Latina e importante ponto de interseção do continente com a Europa e África. Através do SACS, que faz essa conexão com a Europa, sem passar pelos Estados Unidos, eliminam-se as sobrecarregadas rotas que passam pela América do Norte. Por conta disso, o país acaba se tornando um importante hub em cabos submarinos, com dois pontos relevantes em escala global: um em Fortaleza, no Ceará (SACS), e outro em Praia Grande, em São Paulo (MONET)”.

Tendências do uso de cabos submarinos para os próximos anos
Florindo destaca que a procura por maior capacidade em cabos submarinos cresceu bastante nos últimos anos. Para se ter uma ideia, só entre 2016 e 2021, mais de 100 novos cabos foram implementados ou projetados, sendo, portanto, a aceleração da necessidade de uma maior largura de banda a principal razão para projetos de novos sistemas.

O especialista também afirma que se observam desenvolvimentos tecnológicos para o aumento do desempenho por par de fibra, aumento de eficiência espectral, redução do custo por Mb e modelos operacionais mais eficientes.

“Com fibra óptica otimizada, esses modelos apresentam uma transmissão coerente em alta ordem de modulação e com amplificadores operando em níveis muito elevados de potência, com uma maior proximidade entre si, se comparado com os designs clássicos, atingindo atualmente capacidades comerciais de 24Tb/s por par.”, sintetiza Florindo.

Achou interessante saber mais sobre a importância dos cabos submarinos para a telecomunicação brasileira? Então, saiba mais em nosso artigo que fala sobre as mudanças que a gestão de cabos submarinos passou nos últimos 20 anos.

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